Agradecimentos da Tese — pt2

Como eu expliquei na primeira parte dos agradecimentos, minha filosofia de vida não permite que eu espere quatro anos para agradecer às pessoas que estão construindo meu doutorado comigo. Afinal de contas, tudo pode acontecer até o final do doutorado.

Gracielle Higino
7 min readDec 27, 2018
📸 Filipe Costa

Este ano foi ainda mais incrível que o ano passado. Foi o ano em que mais realizei coisas e coloquei projetos pra frente. A começar pelo IGNITE. Ano passado eu tinha começado a esboçar o projeto, mas foi durante o quinto ciclo do Mozilla Open Leaders que ele se estruturou e decolou. Devo muito à Daniela Saderi, ao Marcos Vital, aos especialistas que eu consultei durante o meu treinamento (April, Achintya e Hao), à Abby e ao Chad, e a toda a cohort C(haos). Entre janeiro e maio eu aprendi como gerenciar um projeto aberto e o que significa fazer parte dessa comunidade que se preocupa com a descentralização da informação, com a segurança das pessoas e como é possível avançar muito por causa da colaboração entre elas.

Também agradeço à Daisy, ao Pablo, à Karen, à Adriana e ao André (e Maria Rita) que me deram uma força presencial durante o Global Sprint (que deu tanto trabalho pra organizar e foi tão maravilhoso!) e a todos que contribuíram com o IGNITE ao redor do mundo (em especial à galera do LEQ ❤).

Depois disso entrou em cena a Maria Letícia, que abraçou o Ignite com tanto carinho e passou a fazer parte do quadro diretor dele. Maria Letícia é fundamental para o crescimento do projeto, e cada dia fica mais claro o quanto somos o par perfeito: ela é a razão, e eu a emoção; eu sou o engajamento a todo custo, ela é a logística e a sustentabilidade; eu sou o longo prazo, ela é o agora. Conquistá-la para o time Ignite foi uma grande vitória neste ano, e a minha missão para o ano que vem é fazê-la ficar, mesmo com tanta coisa boa acontecendo na vida dela (que me deixam MUITO orgulhosona!). Não tem como agradecer o suficiente essa figura! ❤

E por mais um ano eu agradeço ao Guidoni por toda a cumplicidade. Ele continua irritante e sumido, mas é meu pedacinho de âncora em Goiânia, que embarca comigo nos projetos malucos e que bota eles pra frente, como o nosso workshop de RMarkdown e Git, do qual tenho tanto orgulho. É muito bom terminar mais um ano já com planos para executar com ele no próximo. Tenho muito orgulho do grande cientista e amigo que ele é (não só pra mim).

Eu, o Guidoni, e a galera incrível que participou do workshop de RMarkdown e Git.

Este ano estreitei minha relação com o Pablo. Ele foi meu companheiro de aventuras, meu co-orientador, que me ajudou a não desistir nas horas em que eu mais estava jogando a tese pro alto. Ele tem ideias muito malucas comigo e que também não duvida que conseguiremos executá-las, por mais que elas cresçam e pareçam impossíveis, eventualmente. “No sábado a gente submete” foi a frase que marcou o nosso ano e que vai nos fazer rir por um bom tempo. Obrigada pela parceria, Pablo!

E por falar em co-orientação, André Andrade e Klein continuaram sendo meus grandes mentores. Discutir a tese com eles é quase como uma sessão de terapia e renovação de esperanças. Muito obrigada, meninos! E ainda nesta seara, agradeço ao meu co-orientador oficial, Poisot, sempre disposto a passar por cima de tudo o que atrasa a ciência para que eu possa usar todo o meu potencial.

A Daisy também foi peça-chave este ano. Ela confiou em mim pra ajudá-la no TCC e no começo deste ano deixou todo o LEQ muito orgulhoso na defesa dele. Não só isso, passou muito bem na seleção de mestrado do EcoEvol na UFG e veio morar nessa terra de ônibus sem cobrador que é Goiânia. Apesar da gente quase não se encontrar, foi muito bom saber que ela estava a somente um 263 de distância, que sempre tinha um abraço demorado pra me dar, que estava cuidando de mim mesmo quando eu não estava vendo. Ela sabe mais que eu como está sendo esse doutorado, e espero que ela saiba que eu estou aqui por ela também. Pense num orgulho! ❤

E aí veio o piloto do IGNITE em Maceió, e ele não seria tão legal sem as pessoas que ajudaram nas lições, sem o pessoal que participou, sem as pessoas que ajudaram a organizar… Foram cinco dias de pura realização pessoal, de entender o sentido de tudo, de mostrar pra mim mesma que eu não estava errada e perdendo o meu tempo, que um cientista não é formado só pelo que ele escreve na tese. Muito, mais muito obrigada mesmo!

Dubeaux, Hew, Arthur, Pai e Mãe, Marilet, Gabi, Cresivando e Vital: um dream team que botou o IGNITE pra funcionar em Maceió!

E mais um ano devo muito ao Grupo de Estudos Sobre Evolução Biológica. Em março eles organizaram o II Encontro Alagoano de Evolução com maestria, e eu tive a honra de fazer parte da programação e da comissão científica. Como sempre, termino mais um ano com planos para o próximo junto ao GESEB. Eu tenho muito, mas muito orgulho mesmo dessa galera e vou sempre vestir a mesma camisa!

Parte dos participantes e da organização do II EAE, em março de 2018, no Museu de História Natural da UFAL.

Veio setembro, e eu não sei nem descrever o que foi o Camp Serrapilheira até hoje. Agradeço demais a toda a equipe do Serra, em especial Clara e Natasha, que estiveram mais pertinho da gente. Agradeço a todos os participantes que encontrei lá, porque foi nesses encontros que eu me reergui e fortaleci. Foi incrível (re)ver os mais chegados, conviver com pessoas que eu tanto admiro, e crescer tanto em quatro dias. Eu lembro bem de me concentrar em só ouvir e observar pra absorver o máximo que eu pudesse daqueles profissionais tão incríveis. Muito obrigada!

❤ Dá pra sentir como foi o Camp? 📸 Filipe Costa

Ainda lá no Camp recebi a notícia de que estaria no Mozilla Festival em outubro. Também não sei explicar o que foi essa experiência, descrever o festival, mas sei que também cresci muito nos seis dias de viagem. Tudo que envolve essa viagem exigiu que eu saísse da zona de conforto e que eu estivesse completamente presente o tempo inteiro. Fazer parte do Festival me fez entender melhor onde que eu devo investir para ter a carreira que eu quero, me fez conhecer pessoas incríveis e mostrar o que eu faço para um público que eu nunca imaginei que poderia ter. Agradeço muito aos wranglers (❤), ao Dirk, à Zannah (MESTRE do networking!), à Abby, à Daniela, ao time de brasileiros que se aglomerava involuntariamente e que me proporcionou experiências inesperadas naquela terra estranha, e a VJ pixel, que está fazendo esse desconforto durar.

Este ano eu tive o privilégio de ser lembrada pelas comissões organizadoras de semanas acadêmicas dos cursos de graduação em Biologia na UFG e na UFSJ. Foram oportunidades incríveis que eu tentei usar para inspirar as pessoas, principalmente porque os tempos são difíceis e precisamos de um pouquinho de cada um para passarmos por eles. Agradeço muito, mas muito mesmo, às comissões organizadoras, ao Bryan e à Maressa por terem confiado em mim e me indicado, à Aline e ao Pablo que me ajudaram a montar uma palestra do zero em menos de duas horas para que pudéssemos conversar sobre assuntos indispensáveis e a todos que compareceram e discutiram comigo coisas como desafios da divulgação científica, assédio, empatia e resistência.

Eu e a professora Renata prestando atenção no que a Maria Letícia está falando. ❤

Agradeço ainda ao Thiago Jucá pela entrevista no Nossa Ciência, e à Michele Martins pela reportagem no Jornal da UFG online. Ao professor Paulo De Marco pela imeeeeensa paciência, compreensão e incentivo. Aos colegas de laboratório que sempre me acolheram e continuaram sendo uma grande família. À Sávia que me ajudou a treinar todas as palestras do ano, que mesmo cansada ao final do dia fazia questão de saber como foi o meu dia, que me aguentou por mais um ano e que me ajuda tanto a organizar minha vida. Ao Igor, que me ajudou a manter a saúde enquanto me ajudava a desorganizar o que a Sávia me ajudou a organizar.

Por último, mas não menos importante, mais uma vez agradeço aos meus pais e irmãos, que se fizeram presentes em todos esses momentos maravilhosos. Aos meus sobrinhos por serem minhas inspirações diárias. À minha avó, que sempre me esperou de volta naquela casinha do interior com um abraço gostoso, a quem eu prometi voltar com meu diploma. Agora é por ela, nem que seja na marra.

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